terça-feira, 26 de outubro de 2010

A Globalização e a Empresa Familiar



Stefan Burstin*



A empresa familiar tem resistido e convivido bem com todas as formas de modernização, desde que o mundo é mundo. A criação de instrumentos modernos, jurídicos, mercadológicos, científicos, contábeis, técnicos, e outros que permitiram o aparecimento de sociedades de capital aberto, empresas multinacionais, massificação da produção e da mercadização e outras tantas formas de criação de negócios, distribuição de produtos e de lucros, jamais conseguiram tirar a importância da empresa familiar, sua contínua existência e sua ocupação de espaços.
A globalização da economia e a conseqüente tendência a uma abertura cada vez maior dos mercados, trouxe, em seu bojo, o gigantismo de empresas multinacionais, seja por crescimento, seja, principalmente, por fusões e aquisições. Empresas assim criadas, que mesclaram interesses diversos, produtos não necessariamente complementares, choques de culturas empresariais distintas, terão dificuldade para manterem rentabilidade adequada ao longo dos próximos anos. Sem um foco claramente definido, estes gigantes de pés de barro terão ou que seguir o caminho inverso de sua criação, desfazendo-se de empresas do grupo, vendendo divisões de produtos, ou então irão definhar até eventualmente encontrarem o seu tamanho adequado e um foco que lhes permita redefinir, claramente, seu negócio.
Os próximos anos serão, portanto, extremamente interessantes para as empresas familiares, que poderão encontrar nichos de mercado, oportunidades de negócios, usarem e abusarem da criatividade, esta quase vedada aos gigantes que, em função de seu tamanho, serão forçados a executarem tarefas facilmente controláveis e que não saiam um milímetro siquer das normas e padrões de procedimento estabelecidos.
As empresas familiares que souberem manter-se no mundo globalizado, tendo um claro foco de atuação, conhecimento do mercado em que atuam e da atuação de seus concorrentes, tenham um bom planejamento estratégico, conhecimento, acompanhamento e aproveitamento de desenvolvimentos tecnológicos nas áreas de sua atuação, terão enormes possibilidades para crescimento e ocupação de espaços, quer de mercado quer geográficos.
Concentrando esforços nos mercados "caseiros" onde sua importância como geradores de empregos e impostos é importante e portanto negociável com autoridades municipais, estaduas e até federais, poderão competir com vantagens nas suas áreas de atuação. Quando tiverem atingido lucratividade nos seus próprios mercados poderão "glogalizar-se" procurando mercados externos rentáveis, que aumentarão sua rentabilidade e lucros mas dos quais não estarão dependentes para sua sobrevivência.
BURSTIN, S. A Globalização e a Empresa Familiar. Disponível em:
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http://www.empresafamiliar.org.br/index_pt.htm > Acesso em: 24/10/2010.


*Stefan Burstin é sócio e diretor da BBN Global Trade Services, companhia licenciada pela CVM que oferece um extenso pacote de serviços financeiros especialmente desenvolvidos para as necessidades do cliente. A BBN monta operações estruturadas para financiamento de projetos fabris, importação de equipamentos e exportações. Para isso, mantém estreitos contatos com o Eximbank e seus similares no Canadá, Alemanha e França, tradings no Brasil e no exterior, IIS e IFC. Também é sócio fundador da TOV CCTVM, que desde 1994 vem oferecendo acompanhamento completo e assessoria nas áreas de câmbio, operações especiais, financeiras e de comércio exterior, com presença em vinte cidades brasileiras. Foi sócio e diretor da Burstin e Levy Consultores Associados, administradora de recursos, e diretor e acionista majoritário da Excelsa CCTVM. Atuou ainda em consultoria financeira e de marketing e foi gerente geral da J.T.Baker. Formado em engenharia civil e industrial pela Escola de Engenharia da Universidade Mackenzie, é pós-graduado em administração de empresas pela Fundação Getúlio Vargas. Como engenheiro foi chefe de planejamento e controle de produção da Bundy Tubing, engenheiro responsável pela produção de fábricas do Grupo Resinbra e engenheiro de desenvolvimento de produtos da Darex. Tem atuado na área de educação executiva, colaborando na coordenação do Programa Internacional de Desenvolvimento de Empreendedores, Executivos e Acionistas da Babson Executive Education do Babson College.


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